segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Click


Animação feita para o festival do minuto da CGU, sobre o tema:
Corrupção. Animação feita por mim e Camila Moreira.
Um primeiro passo. Espero que curtam.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Testes de Animação


Bem, este é o principio do post anterior. Falta
luz, sombra e acabamento, mas ai voces vêem
em breve, assim que eu finalizar a animação.
Abração a todos, e bons experimentos.

sábado, 14 de novembro de 2009

Cabelo no Rock ll Parte

Cabelo no Rock


Ontem tirava duvidas com meu amigo Soares, do nosso
papo, sobre uma animação que estou fazendo,
sairam esses rascunhos, estudos sobre cabelos,
que é sempre bem vindo.
Resolvi posta-los aqui para e dividir com voces. Bom estudo.

Jeorge Pereira

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

sexta-feira, 24 de julho de 2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Storyboard de As Lanternas que Acendem o Crepusculo

Quimera

Ela o esperou. Encerrada em solidão e fantasia. Amando cada dia um pouco mais, sonhou com a volta. Todos os dias, no crepúsculo das horas, subia ao farol da vila. Do mar ele viria. No alto, desolava-se em abandono. O mundo era grande demais para suas forças. Bordava roupas de núpcias em fios de esperança. Trazia no peito a certeza pungente do regresso de um amor partido; o amor não mente, dizia. Os olhos negros aos poucos se nublaram. Não ria mais como antes, definhava a alma em gotas, não sabia que amar requer espera. Outros tempos vieram, tantas lágrimas, abandono, os dias a roubar-lhe a vida, a sanidade. Definhava, envolta em fantasias. Veio a peste, morreram os pais, o amor a puniu com mais vida. Os irmãos sumiram mar adentro em busca do futuro. Ela lá ficou. Espera sem fim, o farol abandonado, único refúgio da vida. Nas noites em que clamava o corpo à alma, um delírio solitário nos subia ao juízo, um calor percorria um tudo em nós, nos queimava feito palha seca, nessas noites eu ouvia seus soluços. Não tinha mãos pra alcança-la. Solidário e distante, agonizava em meu amor de menino.
Um dia, minha santa ganhou asas, brancas, e feito gaivota alçou vôo do cárcere. Partiu. Em plumas de sonhos fugiu nos ares. Viveu a amar, sem saber-se amada, esperou a volta do ingrato amor, desconhecendo que ere por mim tão esperada.
Venho todos os dias ao farol, me esqueço em horas sombrias, do cume vejo o mar, espero que ela desca sobre minha dor, com asas etéreas, e carregue minh’alma. Sei que ela não virá. Eu sei. Mesmo assim, a espero.


Conto escrito em 1999 e que integra o livro de contos Lentagonia, que lançei em 2002

terça-feira, 19 de maio de 2009

Perdidos na Escuridao

- O que farão com ele, Sr., quando o entregarmos?
- Será julgado num tribunal militar. Deserção.
- Fuzilamento, Sr.?
- Não soldado, ele não será executado. Embora mereça.

As lapides estão em toda parte, nas margens da estrada, onde quer que se olhe. A neve acumulada nos galhos escorria em gotas brilhantes, amareladas da luz do sol. Você gosta, Aline?, é lindo, salta vai, salta. Não, esta muito alto. Confie em mim. Quero voltar, nem sei se mereço. Eu não as vi, estava escuro, tinha soldado por toda parte. Meu Deus, nem dava para reconhece-las. As folhas tão verdes.

- Se lhe consola saber, rapaz, ira apodrecer numa cela.
- Deixe-o, soldado. O infeliz esta louco, não vê?

As folhas. Fecha os olhos Aline, sente?, morno, tão bom. Sim, muito. Vamos correr? Espera, me espera. Eu não as vi, os alemães estavam em todo lugar, em todo lugar. Vem, corre. Não podemos, vamos depois. Não, vou ao rio agora, se quiser, vem comigo. Eu as vi sim, por segundos, as vi. A expressão em seus olhos, os gritos. Meu Deus. As lapides, são tantas, não há nome nelas. Nunca há no...

- Coronel, o senhor esta bem? Coronel?
- Não. Fique ai mesmo Soldado. Estamos num campo minado.
- Sim Sr. Eu fico, eu fico.
- E o prisioneiro, Soldado, como esta?
- Não sei, Sr. Acho que esta morto.
- Pegue o punhal, Soldado. Vá rastejando ate a estrada.
- Mas, Sr...
- Vá enterrando a ponta dele no chão, devagar, procure essas malditas minas. Estou logo atrás de você.
- Sim Sr.
- Droga, Soldado, vá devagar. Acaso é um suicida, seu miserável?
- Não Sr...
-Você é um desgraçado suicida?
- Não Sr.
- Então tenha cautela. Devagar.
- Sim Sr.
- Merda, ele deve mesmo estar morto.
- Aqui, aqui há uma delas Sr.
- Quer leva-la de presente para seus irmãos brincarem?
- Não Sr. Jamais.
- Então desvie dela, droga. Não parece estar respirando. Acho mesmo que morreu.
- Sim, também acho, Sr.
- Fique aqui. Vou até ele.
- Mas...
- Fique aqui, merda. Isso é uma ordem. Deve estar inconsciente da queda. Só isso. Vamos lá meu rapaz, vou busca-lo. Não ouse ter morrido, seu desgraçado, estou arriscando minha pele por você.
- Esta quase chegando, Sr. quase.
- Soldado?
- Sim Coronel?
- Você já conseguiu sair do campo?
- Sim Sr.,estou fora.
- Ótimo, muito bom, vou pegar este filho da mãe, tira-lo daqui, e vamos todos juntos, a salvo, para o acampa...

As folhas ainda brilham sobre meu rosto, Aline. Hoje fazia sol nessa terra desgraçada, distante de tudo. Meu corpo dói. O jipe esta em chamas, feito elas. O sol derreteu a neve sobre a estrada, tem poças de água. O Coronel. Vem, vou saltar. De roupa mesmo? Sim, e daí? Salta também, deixa de ser bobo. Não, vou saltar dali, de cima da pedra. Onde estão os outros dois? Ah, eu também vou. Então vem, me da a mão. Como é lindo daqui, olha a copa das arvores. Vamos? Sim, vamos. Agora. Tenho de parar um pouco, as pernas. Tantos pinheiros. Aqui em baixo escurece rápido demais. Não tem luz, nenhum calor. Eram tantos cômodos, como eu poderia imaginar encontra-las ali dentro, naquele inferno. E agora, nossas roupas estão encharcadas, como vamos entrar sem que nos vejam? Vem comigo, tenho uma entrada secreta. Onde? Vem. “Ei, quem é você, mocinha? O que faz aqui? Ei, estou falando com você, vem cá. Calma, calma, não te fazer mal. Onde estão seus pais? Você fala?” Deus. “ A quanto tempo esta perdida? Tem alguém com você? Tem. Então me leve ate eles”. Daqui a pouco não haverá mais luz. Ela não usa agasalho algum, parece não sentir frio. Mas suas mãozinhas. Deus do céu, mataram todos. “Venha, vamos embora daqui. Eu levo você, vem”. Não tem mais luz, tem de haver um abrigo. Me da sua roupa, eu vou colocar para enxugar. Não vai dar tempo, daqui a pouco vão nos procurar, e descobriram tudo. Deixa de ser bobo, me da logo essa roupa. E como faço? Fica ali, sentado atrás do biombo, não vai demorar muito, o vento aqui é muito forte e seco, vai enxugar logo.
“Moço, acorde, o sr esta bem?”
“Sim, onde esta ela?”
“Quem?”
“A garotinha”.
“Não havia nenhuma garota aqui com o sr quando o encontrei”.
“Ali, as pegadas dela”.
“Tem razão”.
“Temos que encontra-la. Ela esta sozinha. Mataram todos da família dela”.
“Vamos então, eu o ajudo a encontra-la”.
A neve não derrete, não por completo. Mesmo com o sol, não há calor por aqui, nunca. Mataram toda a família, todos dependurados nas arvores. Havia um casal entre eles, Aline, eram jovens, muito jovens. Foram enforcados lado a lado. Deixaram a menina para ser devorada pelas feras. Mas eu a encontrei. Não posso mais deixa-la. Não depois do que fiz. Eu as matei, não quis fazer, mas fiz. Pesadelo desgraçado. Eu nem sei o nome da menina. Não sei o nome delas. Eu as matei. Olha aqui, não falei, sequinhas, veste e vamos logo descer. Não deram por nossa falta? Não, acho que não.
“Como é essa menina, moço?”
“Ela é branquinha. Muito branquinha. Tem cabelos cacheados e os olhinhos muito vivos. Esta apenas de vestido, ou pijama, não sei direito. Não pode ter ido longe, é só uma criança meu Deus, e esta sozinha nessa floresta desgraçada”.
“Calma, sr, vamos encontra-la”.
“Sim, vamos, vamos”.
“Onde você foi pequena, não deveria se afastar de mim, sabia? É muito perigoso, não faça mais isso”. Onde ele foi parar, o homem, não vejo mais ele? “O que quer que eu veja?” Já é quase noite, tenho que fazer uma fogueira, fará frio, ela não se importa, Aline, é igual a você, nunca sente frio. Amanha te mostro outro lugar. Esta bem, amanha, agora vamos jantar. Chato. São cegos, todos eles. Como ela os encontrou?
Esta com fome, rapaz? O Eric pegou um coelho hoje, podemos dividir com você e a pequenina. Não é Eric?
Sim, podemos.
O que fazem por aqui? De onde são?
Eu a encontrei perdida na floresta.
Nós também. Não é engraçado?
Ela saiu enquanto eu dormia. Não tive culpa.
Não estou dizendo isso meu jovem, desculpe-me se dei essa impressão. Tome, comam, era um grande coelho, da para todos.
Um grande coelho, um grande coelho.
Eric, você é o maior caçador de toda a estória.
Cegos, Aline, todos eles, perdidos na escuridão da floresta, abrigados nas ruínas de uma igreja esquecida no meio do nada. Adoro aquele balanço, vem, me empurra. Os alemães nos cercaram, era uma emboscada, estava entardecendo, dentro do casarão não havia mais luz nenhuma, ouvi disparos atrás de mim, era próximo a u quarto, foi tão depressa, voltei-me disparando, quando acendi a lanterna, elas estavam lá, uma senhora e uma garota, um pouco maior que esta: eu as matei, Aline. Eles riem muito, sempre. Ficam ao redor da fogueira, contando estórias, rindo. Pouco entendo do que dizem, me parece um certo dialeto daqui. Preciso encontrar uma saída daqui. Balança mais forte, vai, gosto quando tudo fica assim, de cabeça para baixo. Isso, mais alto.
É ele. É ele sim.
Eric nunca se engana meu rapaz.
Não sei do que ele esta falando, sou americano, um desertor.
Ele garante que é você, reconhece umas voz de longe. E tem uma memória.
Mas não sou eu.
Senhor, desculpe, mas terá de ficar aqui, até esclarecer-mos esta estória. E a menina também.
Tento reagir, são tantos, saltando sobre mim. Não tenho arma. O que farão a ela? Não toquem nela. Me tirem daqui, eu não fiz nada, é um engano. Ela chora, se agarra a mim, esta assustada com a escuridão do calabouço, treme.
Aqui dentro nunca é dia, Aline, nunca amanhece. Minha mente esta presa, sufoca numa caixa de sapatos fachada. Não sei dizer se o que vejo é a verdade: se o que vivo é real. As vezes a perco dentro da escuridão desse buraco fétido e úmido, desisto de procura-la, vencido pelo cansaço durmo, ate que ela surja outra vez, com suas pequenas e frias mãos sobre meu rosto. Sei que temos de sair daqui, mas como faze-lo? As vezes ela parece agonizar em meus braços, feito você. E sinto uma angustia tão grande me rasgando. Ontem a noite eles entraram aqui e a levaram. Tentei impedir mas acabei desacordado num canto. Não ouço mais nenhum barulho vindo lá de cima, pelas frestas da madeira entram fiapos de luz. Tenho de tentar.
“Moço, como foi parar ai dentro?”.
“Eles a levaram”.
“Eles quem, senhor? De quem esta falando?”
“Eles, os homens cegos. Temos que encontra-los”.
“Calma, moço. Tem certeza de existe mesmo essas tais pessoas de que fala? E essa criança?”
“Sim, existem sim. E a levaram ontem de mim. Quem são essas pessoas que estão com você?”.
“São do vilarejo. Há dois dias o procuramos. Confesso que já não tinha mais esperanças de encontra-lo vivo. Sempre tem uma patrulha alemã passando por essa região”.
“Não posso ir. Não sem ela”.
“Venha. Não insista. Tudo ficara bem”.
“Quem é você?”
Eles estão me amarando, não tenho mais forças para lutar. Ajude-me Aline. Tenho de encontrar a menina. Tenho de enterrar a mulher e a filha. Mais alto, da um empurrão forte, seu chato. Eles a levaram, era ela que queriam desde o inicio. Não há sol aqui, nunca. A neve derrete ainda. Uma grande lebre. Um homem caolho apaga pegadas dela no chão. Deus, me ajude. Enquanto brincava com a água. Ela caiu do balanço, ainda dorme. Arrasta o pé sobre as pegadas na neve. Há lapides em toda parte.
“Tudo ficará bem, senhor, acalme-se...”

segunda-feira, 2 de março de 2009

Destinado a

Este Blog esta destinado a apresentação de meu trabalho, como desenhista e animador. A bons bate papos e trocas de informações sobre: literatura, setima arte, quadrinhos, anime, bobagens. Sejam bem vindos a pedra verde de musgo do Sapinho Azul.